“Fazer vinhos em grandes talhas de barro é uma tradição milenar no Alentejo, sul de Portugal. Resgatada por jovens vinhateiros, a técnica entrou para cartas de casas estreladas pelo mundo.
“Durante uma viagem a Nova York, o winemaker português Pedro Ribeiro percebeu uma virada de chave na percepção dos profissionais do vinho. Em vez de tentar vender apenas clássicos de regiões famosonas como Bordeaux, Borgonha ou Toscana, sommeliers de grandes restaurantes apostavam em ofertas pouco óbvias. “Estavam mais interessados em apresentar vinhos obscuros de lugares como Eslovênia ou Geórgia.” À parte a onda de pagar de diferentão, o mundo se abria para outras uvas, outros terroirs, estilos e expressões. Mais diversidade e mais diversão. Pedro ficou com a pulga: que espaço teriam vinhos portugueses, em especial alentejanos, naquela nova trend da capital do mundo? No voo de volta a Portugal, veio a epifania. A resposta estava dada há mais de 2 mil anos: o modo ancestral de fermentar a bebida no Alentejo, sul do país, em lindas e grandes talhas de barro, algumas com capacidade para 2 mil litros: o vinho de talha.”